Arnaldo Abrantes: “Tenho muito a agradecer às pessoas desta fantástica marca”
A GoldNutrition faz 20 anos e estamos a celebrar este aniversário com personalidades que fazem parte da história da marca e Arnaldo Abrantes é uma delas. Durante o seu percurso na pista, escolheu a GoldNutrition para “correr” a seu lado. Vivemos juntos grandes momentos. Arnaldo Abrantes lidera atualmente a equipa médica e de performance do clube de futebol profissional de Inglaterra, Nottingham Forest. Mantém a excelência na carreira desportiva.
Arnaldo Abrantes queres partilhar como aconteceu este “encontro” com a GoldNutrition?
O contacto com a marca aconteceu por volta do ano 2004. Em 2003, tinha tido um ano desportivo muito bom, mas sentia que precisava de uma equipa forte para melhorar ainda mais os meus resultados a nível internacional. Na altura, contactei a GoldNutrition e quando conheci o Vítor Gamito e o Custódio César fiquei, de imediato, interessado no apoio da marca.
Em Portugal, a nutrição desportiva, nomeadamente no atletismo, estava ainda a dar os primeiros passos. Mas veio a tornar-se fundamental nos meus resultados desportivos, não só nesse ano, mas durante toda a minha carreira desportiva. Eu fiz parte da equipa de atletas GoldNutrition até 2016, altura em que terminei a minha carreira. E tenho muito a agradecer à equipa de pessoas que constituem esta fantástica marca.
Graças à marca, tive acesso a um grupo de nutricionistas de excelência, entre os quais destaco o Custódio César (co-fundador da marca), o nutricionista que mais me acompanhou e que esteve sempre, sempre disponível. Passámos horas a falar sobre nutrição desportiva. A marca tem essa vertente “familiar” com os atletas que apoia e com quem celebra as suas vitórias. E a quem presta apoio também nos momentos menos bons.
A marca permitiu-me ainda beneficiar de produtos de última geração, o que foi bastante positivo para a minha carreira desportiva.
Estás entre os melhores velocistas portugueses de sempre. Quais foram os momentos mais desafiantes da tua carreira de atleta? E os mais recompensadores?
Recompensador é a carreira toda. Foi uma experiência muito bonita que tive a sorte de viver. Apaixonei-me pelo atletismo. Claro que a participação em Jogos Olímpicos, medalhas mundiais, recordes nacionais são momentos que me fazem sentir orgulhoso. Mas os amigos que fiz, os momentos vividos são experiências únicas.
A mudança para Lisboa, em 2004, altura em que mudei de treinador, e entrei num curso exigente como o de Medicina, foram momentos desafiantes. Quando entrei para o Centro de Alto Rendimento, também foi uma mudança desafiante.
Mas houve outras situações, menos boas, que me ajudaram a crescer: o Campeonato do Mundo de Juniores correu mal, mas graças a isso, aprendi a lidar melhor com contextos de stress. Os Jogos Olímpicos de Pequim: sofri lesões e cheguei aos Jogos mal preparado. Percebi que era muito importante participar nuns Jogos de forma competitiva; não basta ir aos Jogos.
Recordo ainda a rotura muscular grave, que sofri durante uma prova do Campeonato da Europa, e que levou à desclassificação da equipa de Portugal, o que me deixou muito triste e desiludido. Enfim, momentos mais desafiantes, mas que me ajudaram a crescer bastante.
Quando participaste nos Jogos Olímpicos de Londres, já eras médico formado. A quem treina e estuda em simultâneo, qual é o teu conselho?
Não é fácil de facto. Mas depende da personalidade de cada um, da ambição e da organização. Eu sempre fui uma pessoa organizada e sempre fui também apaixonado pela medicina. Eu tenho uma paixão pela medicina, sou apaixonado por aquilo que faço. E acho que foi isso que me ajudou a conseguir estudar para os exames, depois de um dia de treinos. O exame de acesso à especialidade, por exemplo, fi-lo enquanto estava em preparação para um Campeonato do Mundo. Mas quando gostamos muito do que fazemos, o desafio não é encarado como um sacrifício.
Atualmente és médico no clube inglês de futebol, Nottingham Forest, onde lideras o departamento de performance. Podes falar-nos deste desafio? De que forma a tua carreira de atleta influencia o teu trabalho atual, na melhoria do desempenho dos jogadores?
Sim, neste momento sou Head of Performance & Medical, and Sports Doctor no Nottingham Forest, um clube inglês já com alguma história e que está atualmente na segunda divisão. Embora tenha desempenhado funções semelhantes no Estoril, esta acaba por ser uma experiência nova para mim. É um clube com uma realidade diferente e com uma dimensão enorme: tem cerca de 29 mil pessoas nos jogos “em casa” e chega a levar três, quatro mil para jogos “fora de casa”. A parte da cultura e da língua é também um desafio. A adaptação a um staff com uma língua e uma cultura distintas não foi fácil e está a ser ainda hoje um desafio.
O facto de ter sido atleta ajuda, sim, na carreira de médico: eu compreendo muito bem os atletas quando estão lesionados, quando um jogo corre menos bem. Eu passei por isso. O facto de ter sido atleta proporciona-me falar a mesma língua – as áreas de fisioterapia, nutrição, treino são áreas que experienciei enquanto atleta.
Que trabalho é feito no departamento de Nutrição e suplementação – também são partilhadas orientações nestas áreas?
Hoje em dia, não há um departamento de performance que não contemple a área de nutrição. Esta é fundamental. Como o Custódio César diz imensas vezes, “nós somos aquilo que comemos”. Há atletas que treinam todos os dias, têm jogos intensos, e têm que fazer recuperação, porque passados três dias, têm novo jogo agendado. As estratégias de recuperação incluem a nutrição. O nosso clube tem uma nutricionista a tempo inteiro que está em contacto com o chef de cozinha. A suplementação é ajustada de forma personalizada a cada atleta.
Consideras que os jogadores de futebol estão hoje mais atentos ao impacto da nutrição e suplementação?
Sim, totalmente. Hoje em dia, o jogador lê, tem conhecimento, está mais atento e é mais curioso. Por vezes, existem também alguns mitos e ideias erradas, pois a informação que hoje recebemos tem origem em várias fontes. É importante reservar esta área para os especialistas em nutrição. E os jogadores respeitam a opinião daqueles que sabem, aceitam os seus conselhos para poderem melhorar os seus resultados.
Enquanto atleta e, agora, enquanto médico, quais são, na tua opinião, os grande trunfos de um atleta de sucesso?
A genética do atleta é sem dúvida fundamental. No atletismo, faz diferença quando os atletas possuem fibras rápidas numa prova de 100 metros, ou fibras lentas numa prova de longa distância. Estas características inatas são muito importantes. Mas não podemos esquecer o trabalho. Os grandes atletas treinam muito. Os grandes atletas têm espírito de sacrifício. Há ainda a parte mental: um atleta que saiba, em momentos de tensão e pressão, superar-se, é crucial. Segundo a minha experiência com atletas de elite, Naide Gomes, Nelson Évora, têm uma capacidade mental muito boa.
Quais são os teus planos – pessoais, profissionais?
Uma excelente questão e difícil de responder. Se me colocassem essa questão há cinco anos, não diria que estaria a trabalhar em Inglaterra, no Nottingham Forest.
A nível profissional, o meu objetivo é manter esta paixão em fazer aquilo que gosto e ajudar os outros, designadamente o clube que represento, a ter o melhor resultado possível. Ambiciono também estar sempre inconformado com o conhecimento, querer aprender mais e mais. E, depois claro, estar aberto a novos desafios.
A nível pessoal, sou um homem de sorte: tenho uma mulher fantástica que me compreende e apoia nos desafios, e três filhos que me têm ensinado muito pela forma como se adaptaram nesta experiência internacional. Espero que continuemos unidos e com saúde, que é o fundamental.
Na GoldNutrition não nos esquecemos de quem fez e faz ainda parte desta família. Neste ano que celebramos 20 Anos da marca ainda é mais importante fazer estas viagens no tempo e ficar a saber como estão os nossos GoldAthletes hoje.
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