Triatlo: a Importância da Força da Mente

No triatlo, o maior adversário é também o teu melhor aliado: a força da mente. És mentalmente forte enquanto triatleta?

Triatlo: 750 metros de natação; 20 km de ciclismo; 5 km corrida. Em provas de endurance como estas, não basta ser fisicamente forte. Precisas de um exigente plano de treino, uma dieta, hidratação e suplementação ajustadas às necessidades da modalidade. É necessária uma boa equipa de apoio.

Mas não chega. Porque numa competição dura como o triatlo, sabemos que vês o principal inimigo ao espelho. E é por isso que os triatletas de elite são conhecidos pela extraordinária força da mente. “Não desistas”. “Aguenta a pressão”. “A força de vontade é mais forte”. Ser mentalmente forte é a chave dos vencedores.

Ter força mental leva-te a alcançar o teu potencial. Uma mente forte evidencia-se nos momentos mais duros. “Durante a minha carreira, conheci muitos atletas fisicamente fortes que não alcançavam o sucesso porque faltava-lhes a força da mente. Um corpo é como um carro. E a força mental parece ser um detalhe. Mas é “só” a chave ignição. Enquanto não ligares o motor, não chegas à meta”, descreve o triatleta alemão Sebastian Kienle, vencedor de várias provas mundiais Ironman.  

O que é ser mentalmente forte?  

Os treinadores costumam explicar como: a capacidade de suportar a dor durante um longo período de tempo. O investigador David Connaughton, e a sua equipa, chegaram a uma definição após entrevistarem vários atletas olímpicos:
“Resistência/força mental é: ter a vantagem, psicológica ou naturalmente desenvolvida, que permite lidar melhor, comparativamente com os adversários, com os desafios que o desporto implica. É ser mais consistente e ter maior capacidade, em comparação aos adversários, em manter-se determinado, focado, confiante. É ser melhor a controlar a pressão”.  

A boa notícia: é possível trabalhar a força da mente.

5 dicas para melhorares a força da mente

Um estudo, baseado em entrevistas a treinadores e atletas, concluiu que o desenvolvimento da resistência mental envolve vários principais elementos. Entre eles: acreditar, experiências desafiadoras, gestão de stress. Acrescentamos ainda à lista as técnicas de visualização e as equipas.

1. Acreditar: apesar dos obstáculos da prova e das circunstâncias, o atleta mantém-se na competição. Focado em atingir a meta. Porquê? Este atleta mentalmente forte tem a convicção de que consegue. E a sua crença é inabalável. Mas a autoconfiança não nasce de um dia para o outro. Quanto mais provas supera e mais objetiva a conquista, maior a crença nas suas capacidades.
   Há ainda uma espécie de “arrogância interior” que faz com que os atletas se mantenham em competição. São capazes de olhar para os seus talentos e pensarem que podem vencer os melhores.
2. Experiências desafiadoras: “No meu primeiro triatlo de longa distância (Challenge Roth, na Alemanha), fui o primeiro estreante a terminar abaixo das oito horas. Foi uma experiência comovente que me deixou em lágrimas, por muito tempo. Imediatamente após a corrida, desmaiei. Embora me sentisse um pouco melhor algumas horas depois, mal me consegui mexer durante as três semanas seguintes. Não conseguia treinar, o meu corpo e minha cabeça impediram-me. Dormia no máximo 1,5 horas por dia. A caminho de uma consulta, tive um colapso nervoso. Sentei-me no carro e chorei. O meu primeiro transtorno de stresse pós-traumático! Mas isso não me deteve, especialmente porque eu estava preparado para isso. Para muitos atletas, esta é a prova de que podemos exigir mais do corpo, graças a uma enorme vontade irreprimível. De outra forma, não conseguiríamos”, conta o triatleta Sebastian Kienle.
   Para o triatleta alemão, são as situações inesperadas que nos permitem crescer enquanto atletas.
3. Gestão da pressão/stress: treinar para um triatlo pode ser muito stressante. E apenas controlando o stress será possível manter o foco e a mente positiva na prova. Meditação ou massagens regulares para relaxamento podem ser úteis. As técnicas de respiração, antes da prova, ajudam também a reduzir a ansiedade.
4. Técnicas de visualização: Sergio Gaytan é treinador de triatlo na América do Norte. Recomenda aos seus atletas que, durante os treinos, se imaginem a terminarem, fortes, uma corrida. “É algo que costumo prescrever aos meus atletas. Vamos usar uma corrida longa como exemplo. Nos últimos 10, 15 minutos, eu peço aos meus atletas que se esforcem no ritmo e, simultaneamente, visualizem-se a si próprios a cortar a meta, sentindo-se fortes e orgulhosos. Isto vai criar o hábito de lidar com a dor como uma experiência positiva”. O treinador aconselha a usar a técnica de visualização durante o treino, uma vez que existem poucas provas por ano e “vivenciar este momento ocasionalmente não é suficiente” para criar um reforço positivo para a dor.
5. Equipas: treinador, membros da equipa, colegas, amigos e pais podem ajudar a criar um ambiente saudável e positivo. As pessoas que nos rodeiam e motivam ajudam-nos a tornar-nos mais fortes mentalmente.

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