Exercício Físico na Gravidez: Mitos e verdades
goldeditor goldeditor2023-04-19T12:41:10+01:00O exercício físico na gravidez continua a suscitar perguntas. Mas a consciência dos benefícios é cada vez maior. Descobre-os neste artigo.
1. O exercício físico na gravidez é um tema de agora. Mito.
Na verdade, já na Grécia Antiga, no ano 4 a.C., Aristóteles incentivava as mulheres gregas a exercitarem-se para reduzir a dor na gravidez. O impacto da atividade física nas mulheres grávidas era também já questionado pelos hebreus. Alguns autores registaram que as escravas tinham partos mais fáceis do que as suas patroas egípcias, que tinham um estilo de vida mais sedentário.
2. O exercício físico na gestação só beneficia a mãe. Mito.
O estudo é de 2011 e apresenta as conclusões de um grupo de especialistas que compararam a função cardíaca de bebés de mães que praticaram exercício durante a gravidez e bebés de mães sedentárias durante a gravidez. Concluiu-se que os bebés do primeiro grupo de mães desenvolveram corações mais fortes e atléticos, antes mesmo do parto.
3. O exercício na gravidez oferece benefícios, mas poucos. Mito.
Quando apropriado e ajustado, o exercício físico durante a gravidez oferece muitos benefícios para a mãe e bebé.
Benefícios, de acordo com estudos:
- Redução da pré-eclâmpsia (níveis de pressão arterial elevados associados à presença de proteínas na urina)
- Redução da Diabetes Gestacional
- Melhoria dos sintomas depressivos
- Melhoria da qualidade do sono
- Redução da incidência de partos por cesariana e da duração do trabalho de parto
- Melhoria da aptidão física e qualidade de vida da mulher
- Controlo do ganho de peso gestacional e no pós-parto
- Redução da dor músculo-esquelética
4. Exercitar durante a gravidez aumenta o risco de baixo peso do bebé à nascença. Mito.
Se a mulher é saudável e a sua gravidez decorre com normalidade, é seguro continuar uma atividade física regular. A atividade física não aumenta o risco de aborto espontâneo, nem está associada a baixo peso do bebé, ao nascer, ou a parto prematuro.
Ainda assim, é importante falar com o médico e ter acompanhamento técnico na área do exercício.
5. Se costumavas fazer pouco exercício, é bom passares a fazer muito, na gravidez. Mito.
Os exercícios e a respetiva quantidade, frequência e intensidade, durante a gravidez, variam de mulher para mulher. Além disso, também dependem do nível de atividade física feito anteriormente. O exercício na gravidez deverá ser leve a moderado para mulheres que seguiam previamente um estilo de vida mais sedentário. O exercício pode até estar contraindicado quando o histórico é de extremo sedentarismo.
6. O importante é fazeres um exercício de que gostes. Mito.
Na gravidez, o corpo da mulher sofre muitas mudanças e é fundamental escolher os exercícios que se ajustem a este “novo corpo”. O Colégio Americano de Obstetrícia e Ginecologia destaca as seguintes alterações:
- Articulações – As hormonas produzidas durante a gravidez fazem com que os ligamentos que sustentam as articulações relaxem. Este relaxamento aumenta o risco de lesões. É recomendado evitar movimentos bruscos, saltos ou com elevado impacto.
- Equilíbrio – O peso extra muda o centro de gravidade, o que vai forçar as articulações e os músculos, especialmente na zona pélvica e na região lombar. Como há menor estabilidade, o risco de perder o equilíbrio e cair aumenta.
- Respiração – Quando praticamos exercício, o oxigénio e o fluxo sanguíneo são direcionados para os músculos e para outras áreas do corpo. Na gravidez, a necessidade de oxigénio aumenta. O que pode afetar a capacidade de praticar exercícios de maior intensidade, nomeadamente em mulheres com excesso de peso.
7. As atletas podem continuar a praticar exercício vigorosamente durante a gravidez, sem qualquer preocupação. Mito.
Atletas de alto rendimento podem continuar a treinar, desde que a gravidez decorra sem complicações. E desde que ouçam o seu corpo. É fundamental não ultrapassar o limite “seguro”. Atividades de alto impacto com riscos aumentados de quedas/lesões, devem ser evitadas. As atletas grávidas devem ainda estar alerta para situações de hipertermia (aquecimento em excesso), mantendo a ingestão calórica e hidratação adequadas.
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